05 setembro 2006

Verde, alaranjado envelhecido!


Fiquei a observar por entre as divisórias aquele verde a balançar e aquela terra intacta. Não sabia no que exatamente pensar naquela fração de segundos, estava imóvel, sentia necessidade de escrever. Percebi que as folhas verdes se misturavam às alaranjadas envelhecidas e o vento naquela região era constante.
(...)
Grande é a leveza que o sopro proporciona.

Parei, observava agora os sopros a minha volta. Olhares e diálogos estranhos, geralmente, evasivos. Humor por vezes aguçado, tentativa de descontração. Minha mente queria vagar pra longe dali e o desejo era tanto que mal compreendia os murmúrios alheios. Não me entristecia, navegava apenas nos meus devaneios.
(...)
Mergulhei na solidão tranqüila acompanhada.
Senti a tranqüilidade que me tomava. O som, o trem, o barulho, o telefone... Conseguia ouvir, mas nada era absorvido. Desviava os olhares frequentemente para o verde misturado com o alaranjado envelhecido. O sopro por vezes tomava meu corpo, como se eu fosse a própria natureza, sentia calafrios. Saber que as divisórias nos separavam me causava angústia, eu queria flutuar, ilimitar.
(...)
Divaguei sobre divisórias, idealizei.
Percebi a sincronia de mim naquele instante. Mente, corpo e alma.
(...)
Idéias, sopros e solidão.

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